Pertinho de Florença (30 Km) e de Siena (50 Km), de fácil acesso, local histórico para amantes de um bom vinho e com muitos outros atrativos gastronômicos, Greve in Chianti é um excelente destino.
Sede de muitas vinícolas (dentre elas a Fattoria Viticcio e Castello di Verrazzano), de um Museu do Vinho (www.museovino.it) e de uma macelleria que ficará guardada em minha memória por anos… a Antica Macelleria Falorni.
Macelleria é um açougue, mas não como no Brasil onde se vai para comprar meio-quilo de bife. É também para isso, mas acima de tudo é um local onde se fabricam embutidos e os da Falorni são espetaculares.
Mas a ideia deste post é falar um pouco sobre a região de Chianti (que dá origem ao renomado e famoso vinho Chianti Clássico e de nascimento dos famosíssimos Super Toscanos) e não dos locais visitados. A paisagem é a típica da Toscana. Nada plana. Morros e mais morros e o local é excelente para diversas uvas (dentre elas Sangiovese, Merlot, Cabernet Sauvignon etc).
A região obteve a classificação DOC (Denominação de Origem Controlada) em 1960, em 1984 veio a DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida), a maior classificação italiana, e de lá pra cá sofreu algumas mudanças nas regras para a produção do vinho (como a introdução de variedades francesas e a proibição do plantio de uvas brancas na região), mas o mais interessante – ao menos para mim – é saber que a região de Chianti foi a primeira região de vinhos a ser demarcada no mundo todo. Tem como não ir conhecer?
Lá o corte da sangiovese com uvas “internacionais” rende um vinho bastante complexo e bem diferente do sangiovese “in pureza“, para nós o equivalente a varietal. Para muitos o Chianti Clássico exprime o verdadeiro terroir da Toscana. Tenho dúvidas quanto a isso, mas toco o barco.
Antes de viajar li bastante sobre o local. No site Bon Vivant (www.bonvivant.com.br/2015/12/09/o-puro-terroir-da-toscana) encontrei a melhor definição do terroir da região, pois foi dada por um especialista de lá.
Transcrevo-a agora: “O solo é formado por interrupções de rochas antigas. Isso dá complexidade e persistência ao vinho. O clima especial, quente e ventoso no verão, sinônimo de calor e intensidade, interrompido por pouca chuva, sinônimo de elegância e acidez, o que garante a longevidade. Durante muitos anos a Toscana produziu vinhos com coloração intensa, encorpados e opulentos, no estilo Bordeaux. Hoje, finalmente, se percebeu que deve-se respeitar o que o terroir oferece de melhor, que são os aromas frutados e de flores, o corpo elegante e completo, e principalmente o sabor e a persistência, características que são encontradas nas uvas sangiovese de qualidade.”
Bem… isso tudo é a teoria. E a minha experiência?
Pois bem, o inverno de 2015/2016 não está muito rigoroso. Sem neve e com poucas geadas. Os produtores torcem para que esse cenário mude até o fim do inverno. Região com umidade não muito elevada e, segundo informações, pouca chuva (na verdade o essencial para produzir bons vinhos). Região bastante ensolarada, com poucos ventos e recheada de castelos e residências seculares.
A locomoção é complicada e não recomendo fazer o que eu fiz (utilizar ônibus) se quiser visitar mais de uma vinícola. A melhor solução é alugar um carro, ficar hospedado na cidade e fazer um tour de dois ou três dias pelas vinícolas da região.
Se a ideia for conhecer uma ou duas (como eu fiz), num bate-volta de Florença, o ônibus é perfeito. Se a intenção é conhecer a Vinícola Antinori (que fica próxima) o ônibus também é perfeito. Tive relatos de locais de que o deslocamento até lá é tão simples como para Greve in Chianti. Não pude visitar, pois estava fechada para férias coletivas entre 20/12 e 07/01.
Enfim… recomendo a visita e, caso haja interesse, repasso as informações sobre ônibus e meios de locomoção em respostas aos comentários. Ok?
Continuem nos seguindo, pois semana que vem falarei sobre as uvas plantadas na região.