Um passeio por Greve in Chianti

Pertinho de Florença (30 Km) e de Siena (50 Km), de fácil acesso, local histórico para amantes de um bom vinho e com muitos outros atrativos gastronômicos, Greve in Chianti é um excelente destino.

Sede de muitas vinícolas (dentre elas a Fattoria Viticcio e Castello di Verrazzano), de um Museu do Vinho (www.museovino.it) e de uma macelleria que ficará guardada em minha memória por anos… a Antica Macelleria Falorni.

Macelleria é um açougue, mas não como no Brasil onde se vai para comprar meio-quilo de bife. É também para isso, mas acima de tudo é um local onde se fabricam embutidos e os da Falorni são espetaculares.

Mas a ideia deste post é falar um pouco sobre a região de Chianti (que dá origem ao renomado e famoso vinho Chianti Clássico e de nascimento dos famosíssimos Super Toscanos) e não dos locais visitados. A paisagem é a típica da Toscana. Nada plana. Morros e mais morros e o local é excelente para diversas uvas (dentre elas Sangiovese, Merlot, Cabernet Sauvignon etc).

A região obteve a classificação DOC (Denominação de Origem Controlada) em 1960, em 1984 veio a DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida), a maior classificação italiana, e de lá pra cá sofreu algumas mudanças nas regras para a produção do vinho (como a introdução de variedades francesas e a proibição do plantio de uvas brancas na região), mas o mais interessante – ao menos para mim – é saber que a região de Chianti foi a primeira região de vinhos a ser demarcada no mundo todo. Tem como não ir conhecer?

Lá o corte da sangiovese com uvas “internacionais” rende um vinho bastante complexo e bem diferente do sangiovese “in pureza“, para nós o equivalente a varietal. Para muitos o Chianti Clássico exprime o verdadeiro terroir da Toscana. Tenho dúvidas quanto a isso, mas toco o barco.

Antes de viajar li bastante sobre o local. No site Bon Vivant (www.bonvivant.com.br/2015/12/09/o-puro-terroir-da-toscana) encontrei a melhor definição do terroir da região, pois foi dada por um especialista de lá.

Transcrevo-a agora: “O solo é formado por interrupções de rochas antigas. Isso dá complexidade e persistência ao vinho. O clima especial, quente e ventoso no verão, sinônimo de calor e intensidade, interrompido por pouca chuva, sinônimo de elegância e acidez, o que garante a longevidade. Durante muitos anos a Toscana produziu vinhos com coloração intensa, encorpados e opulentos, no estilo Bordeaux. Hoje, finalmente, se percebeu que deve-se respeitar o que o terroir oferece de melhor, que são os aromas frutados e de flores, o corpo elegante e completo, e principalmente o sabor e a persistência, características que são encontradas nas uvas sangiovese de qualidade.”

Bem… isso tudo é a teoria. E a minha experiência?

Pois bem, o inverno de 2015/2016 não está muito rigoroso. Sem neve e com poucas geadas. Os produtores torcem para que esse cenário mude até o fim do inverno. Região com umidade não muito elevada e, segundo informações, pouca chuva (na verdade o essencial para produzir bons vinhos). Região bastante ensolarada, com poucos ventos e recheada de castelos e residências seculares.

A locomoção é complicada e não recomendo fazer o que eu fiz (utilizar ônibus) se quiser visitar mais de uma vinícola. A melhor solução é alugar um carro, ficar hospedado na cidade e fazer um tour de dois ou três dias pelas vinícolas da região.

Se a ideia for conhecer uma ou duas (como eu fiz), num bate-volta de Florença, o ônibus  é perfeito. Se a intenção é conhecer a Vinícola Antinori (que fica próxima) o ônibus também é perfeito. Tive relatos de locais de que o deslocamento até lá é tão simples como para Greve in Chianti. Não pude visitar, pois estava fechada para férias coletivas entre 20/12 e 07/01.

Enfim… recomendo a visita e, caso haja interesse, repasso as informações sobre ônibus e meios de locomoção em respostas aos comentários. Ok?

Continuem nos seguindo, pois semana que vem falarei sobre as uvas plantadas na região.

Florença e a verdadeira Bistecca alla Fiorentina

Dia 25/12 é Natal, dia de curtir com a família, comer bem e trocar presentes. Não para um viajante solitário, sedento por uma bela carne e um Chianti Clássico. Me acompanhe nessa jornada que vai tratar de boa comida, bom vinho e uma pegadinha bem sacana.

O passeio por Florença é, até hoje, uma das memórias mais vivas em minha mente. Belas paisagens, monumentos, edifícios, praças. Muita andança (ainda com a dor no pé direito por conta da torção), muitas fotos, comida de rua (pizza, panini, focaccia) e um rombo no estômago.

Estava escurecendo – por volta das 17 horas – e resolvi almoçar/jantar antes de ir ao hostel. O restaurante escolhido foi Osteria All’Antico Mercato. Muito bem recomendado em vários sites e também por moradores. Já tinha o pedido em mente: Bistecca alla Fiorentina e de sobremesa Cantucci con Vino Santo (combinação de um biscoito típico da Toscana com um vinho de sobremesa).

Fiquei em dúvida entre o Chianti Clássico da casa e um da Ruffino. Resolvi atacar o da Ruffino por ter lido bastante sobre a vinícola antes da viagem.

Mas primeiro vou falar da Bistecca.

Já na entrada do restaurante me deparei com três belos pedaços da carne que é utilizada na casa. Isso dá a segurança de duas coisas: que a comida é fresca e não congelada; e que o restaurante preza pela qualidade, pois os cortes são muito bons. Pedi ela mal passada (tipo quase crua mesmo) como eu gosto, mas o ponto quem escolhe é o cliente. É servida com batatas levemente fritas com alecrim. Excelente! Mas achei pouco. Pedi a porção para uma pessoa e veio meio quilo de bisteca. Me arrependi e deveria ter pedido para duas pessoas e comido 1 quilo (sem exagero!), pois estava maravilhosa.

O vinho que pedi para acompanhar o prato também foi uma ótima escolha.

Chianti Clássico

ruffino aziano chianti classico 2010

Nome: Aziano
Produtor: Ruffino
Uva: Sangiovese, Merlot e Cabernet Sauvignon
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2013
Região: Toscana
Teor Alcoólico: 13%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Cereja e morango
Frutas secas: Tâmaras
Adocicados: Geléia

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Pouco Encorpado
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Equilibrada
Textura: Sedoso
Adstringência: Pouco Tânico
Taninos: Muito agradáveis
Maturidade: Pronto

Observações finais/Impressão geral: Bom vinho, mas com retrogosto curto (2 seg.). Harmonizou muito bem com a carne e ganhou vida respirando.

Nota Final: 8,0

A harmonização foi nota 10. Recomendo. Escolha o ponto da carne e “caia dentro”.

Já na sobremesa eu caí numa pegadinha clássica.

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Tem um prato muito famoso na Toscana que é o Cantucci con Vino Santo (foto acima). A combinação é simples: você mergulha o biscoito no vinho e depois come. Mas lá, como cá, também existe o lado “tabajara” da coisa. Existem dois vinhos: o Vino Santo e o Il Santo. O primeiro em geral de ótima qualidade, já o segundo não. Basicamente a diferença entre eles é a adição de álcool e/ou açúcar (coisa proibida no primeiro e realizada no segundo). No próximo post vou discorrer sobre esses vinhos.

Mas de antemão digo: prefira o Vin Santo. Os italianos que entendem de vinho (e não são todos, como eles gostam de vociferar) desprezam o segundo. Chegam ao ponto de chamá-lo de falsificação barata ou utilizam adjetivos mais pesados, que prefiro não utilizar para manter um bom nível aqui no blog (rsrsrs).

Como disse, caí na pegadinha. Comprei gato por lebre. Gostei, a princípio, do “Vino Santo tabajara”, mas depois de beber o verdadeiro… compartilho parcialmente da opinião dos italianos.

Segue aqui a análise do vinho.

Il Santo

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Nome: Il Santo Della Croce – Badiolo
Produtor: Chianti Trambusti
Uva: Grillo, Inzolia e Cataratto
Tipo: Doce (sobremesa)
Safra: Não especificado
Região: Toscana
Teor Alcoólico: 16%

EXAME VISUAL

Cor: Castanho claro
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas secas: Amêndoas tostadas
Adocicados: Compota de laranja e figo
Especiarias: Doces com canela e mel

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Fraco
Açúcar: Licoroso
Amargor: Médio
Acidez: Baixa
Textura: Redondo
Adstringência: Ausente
Maturidade: Pronto

Observações finais/Impressão geral: Confesso que no início gostei muito do vinho (aquela primeira impressão, sabe?), mas ao analisar e preencher a ficha fui percebendo as inúmeras falhas. Era doce, bem sedoso e diferente de tudo que já tinha provado. Mas ao ser mais minucioso percebi que tem um fundo bem amargo, mesmo o retrogosto sendo bem curto (5seg.), que incomoda bastante. O álcool se esconde e acho que o peso/corpo é devido ao açúcar adicionado.

Nota Final: 7,8

Gostei do que provei, mas confesso que tinha ficado com “a pulga atrás da orelha”, pois o vinho não apresentou tudo aquilo que os livros diziam que esse tipo de vinho apresentava. Dias depois descobri o motivo. Se eu tivesse analisado esse depois de ter bebido o verdadeiro Vino Santo… sei lá!

Bem, posso dizer com certeza que a harmonização do Vino Santo com o Cantucci é perfeita (provei em outras oportunidades a combinação correta), embora muitos produtores fiquem irritados com essa combinação. De todos que visitei recebi a recomendação: “esse vinho não é daqueles ruins para se comer com biscoito”, mas descobri também que não se deve dar atenção a tudo que se fala. Prove o vinho com o biscoito ou sozinho, pois vale a pena.

E você já caiu numa pegadinha como essa? Ruim, não?! Mesmo assim recomendo o restaurante, pois a carne estava espetacular.

Provou a Bistecca? Já mergulhou o biscoito no vinho? Qual o veredito? Conte pra nós e continue nos acompanhando.

Bolonha: “La Dotta, La Grassa, La Rossa”

A segunda cidade por mim visitada é uma das mais conhecidas e reconhecidas pela gastronomia. A proximidade com Modena (terra dos famosos acetos D.O.P. e I.G.P.), terra do famoso molho ragu (ou bolonhesa para os brasileiros) e de outros muitos pratos famosos, terra dos vinhos Pignoletto DOCG e Barbera dell’Emilia DOC e de um gelato maravilhoso. Vou agora contar um pouco da minha andança de um dia pela “culta, gorda e vermelha” (tradução literal do título do post) Bolonha.

A cidade chama muito a atenção pela arquitetura. São mais de 40 km de pórticos (acreditem… em dias de chuva isso é fundamental!). Vista de cima é predominantemente vermelha (por isso “a vermelha”) e combina arquitetura medieval, moderna e contemporânea. Dona da mais antiga Universidade Ocidental, onde lecionaram nada menos que Dante, Boccaccio, Petrarca, dentre outros, por isso “a culta”. Terra de uma cultura gastronômica fantástica, por isso “a gorda”.

Mas a dificuldade que me acompanhou até o final da viagem começou aqui. Quando? Ao visitar as Torres de Bolonha, escorreguei num dos degraus, torci meu pé e fiquei muito prejudicado na locomoção. Esse era meu segundo dia de viagem. Tive “apenas” mais 17. Bem… apesar da dor, continuei correndo e conhecendo, na medida do possível, tudo que tinha me proposto.

Comecei com um dos gelatos mais premiados da Itália, o da Gianni, e realmente merece a fama que tem. De zero a 10, dou nota 11. Fantástico! Textura, sabor, cremosidade… nada, nada mesmo, parecido com qualquer outro que já tenha provado anteriormente. Recomendo muito. Fica aqui uma dica gastronômica.

Sobre vinhos, pouco a dizer. Por conta da lesão tomei um anti-inflamatório, utilizei pomada analgésica e anti-inflamatória e preferi evitar álcool nesse dia.

Claro que não resisti muito (rsrsrs). Naquela noite na estação de trem, antes de seguir viagem pra Florença, provei um e falarei dele a partir de agora.

Pinot Nero

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Nome: Pinot Nero Alto Adige DOC
Produtor: Kettmeir
Uva: Pinot Nero
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2014
Região: Caldaro
Teor Alcoólico: 13%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Cereja, morango e amora
Minerais: Pedra de isqueiro
Adocicados: Cereja em calda
Químicos: Gás de cozinha

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Magro
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Baixa
Textura: Áspero
Adstringência: Pouco tânico
Taninos: Muito agradáveis
Maturidade: Jovem

Observações finais/Impressão geral: Retrogosto curto (5 seg.), deixando um final doce de cereja madura. Chamou atenção a mineralidade, mas mesmo assim o vinho deixou a desejar.

Nota Final: 7,8

E aí, gostou? Deixe suas impressões e opiniões sobre o vinho, o blog, Bolonha. Queremos saber tudo.

No próximo post vou falar sobre minha ida pra Florença. Trarei mais dicas gastronômicas e vou ensinar como fugir de uma furada. Até lá!

“GOLD HK ENOROUND” vale a pena? Parte 2

Pois bem… escrevi sobre os primeiros nove vinhos degustados, mas ainda faltou muita coisa boa pra se falar. Dentre elas responder se, na minha modesta opinião, vale ou não a pena pagar EUR 60,00 pelo “Gold HK Enoround”. Vamos continuar a jornada?!

O décimo foi o meu primeiro Barolo.

barolovietti

Nome: Barolo Castiglione
Produtor: Vietti
Uva: Nebbiolo
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2011
Região: Barolo
Teor Alcoólico: 14,5%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi com reflexos alaranjados
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Morango, cereja e cassis bem maduros
Adocicados: Baunilha
Empireumáticos: Caramelo

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Equilibrada
Textura: Redondo
Adstringência: Muito tânico
Taninos: Muito agradáveis
Maturidade: Pronto, mas pode ficar mais tempo na garrafa que só tende a melhorar

Observações finais/Impressão geral: Espetacular! Meu primeiro Barolo e a sensação foi magnífica. Retrogosto persistente (1 minuto), com final de morango maduro. Aparecem com protuberância no aroma e paladar o caramelo e as frutas vermelhas, mas ressalto a presença do cassis e baunilha, que dão um toque especial ao vinho.

Nota Final: 9,2

O décimo primeiro foi mais um exemplar da Toscana, dessa vez um Merlot.

52383---Lamaione-Toscana-IGT

Nome: Tenuta di Castelgiocondo Lamaione
Produtor: Marchesi di Frescobaldi
Uva: Merlot
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2009
Região: Toscana
Teor Alcoólico: 15%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Morango e cereja
Adocicados: Geléia

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Elevada
Textura: Áspero
Adstringência: Tânico
Taninos: Agradáveis
Maturidade: Pronto

Observações finais/Impressão geral: Sem muito a dizer. Retrogosto rápido (3 seg.) e nada complexo.

Nota Final: 7,3

O décimo segundo foi um Bolgheri.

25ornellaia

Nome: 25 (1985-2010)
Produtor: Ornellaia
Uva: Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2010
Região: Toscana
Teor Alcoólico: 14,5%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Morango, framboesa e cereja
Adocicados: Baunilha
Empireumáticos: Chocolate

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Equilibrado
Textura: Sedoso
Adstringência: Tânico
Taninos: Muito agradáveis
Maturidade: Pronto

Observações finais/Impressão geral: Retrogosto médio (25 seg.), ressalta bem as frutas. Um corte muito interessante e bem complexo no paladar.

Nota Final: 8,2

O décimo terceiro foi outro Supertoscano.

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Nome: Luce
Produtor: Luce della Vite
Uva: Sangiovese e Merlot
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2012
Região: Toscana
Teor Alcoólico: 13,5%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Amora e morangos maduros. Um toque de maçã pra abrilhantar.
Empireumáticos: Chocolate

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Equilibrada
Textura: Redondo
Adstringência: Tânico
Taninos: Agradáveis
Maturidade: Pronto

Observações finais/Impressão geral: Retrogosto médio (30 seg.), deixando um sabor intenso e interessante de maçã vermelha bem madura.

Nota Final: 8,0

O décimo quarto foi outro Bolgheri.

leserrenuove

Nome: Bolgheri Le Serre Nuove Dell’Ornellaia
Produtor: Ornellaia
Uva: Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Petit Verdot
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2012
Região: Toscana
Teor Alcoólico: 14,5%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi com reflexos alaranjados
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Cereja e morango
Adocicados: Geléia e Baunilha

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Baixa
Textura: Redondo
Adstringência: Pouco Tânico
Taninos: Muito agradáveis
Maturidade: Pronto

Observações finais/Impressão geral: Surpreendeu por ter Merlot e Cabernet Sauvignon e a adstringência ser baixa (poucos taninos). Retrogosto médio (20 seg.), trazendo frutas do bosque maduras.

Nota Final: 7,8

O décimo quinto mais um exemplar da Toscana.

52383---Lamaione-Toscana-IGT

Nome: Tenuta di Castelgiocondo Lamaione
Produtor: Marchesi de Frescobaldi
Uva: Merlot
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2010
Região: Toscana
Teor Alcoólico: 15%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Laranja, maracujá e caqui maduros
Florais: Hortência
Especiarias: Anis
Empireumáticos: Café
Outros: Licor de cassis

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Equilibrada
Textura: Redondo
Adstringência: Tânico
Taninos: Muito agradáveis
Maturidade: Pronto

Observações finais/Impressão geral: Muito bom. Retrogosto médio (30 seg.) de frutas vermelhas. O charme do vinho está no fato de aparecerem muitas frutas cítricas, que geralmente estão presentes nos brancos, misturado com anis e café. Essa miscelânea de aromas deu um “up” com certeza. A safra fez toda diferença para esse vinho, vide que o 11º não era bom, já esse…

Nota Final: 8,4

O décimo sexto foi um Syrah.

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Nome: Ammiraglia
Produtor: Marchesi de Frescobaldi
Uva: Syrah
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2011
Região: Toscana
Teor Alcoólico: 14,5%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi com reflexos alaranjados
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Maçã, morango, framboesa e groselha
Frutas secas: Castanha do Pará
Florais: Rosa
Empireumáticos: Chocolate

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Equilibrada
Textura: Redondo
Adstringência: Tânico
Taninos: Muito agradáveis
Maturidade: Pronto

Observações finais/Impressão geral: Bom vinho, com retrogosto médio (30 seg.) trazendo groselha bem forte.

Nota Final: 8,8

E pra fechar, o décimo sétimo, o último Supertoscano.

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Nome: Giramonte
Produtor: Marchesi de Frescobaldi
Uva: Merlot e Sangiovese
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2009
Região: Toscana
Teor Alcoólico: 14,5%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Morango, cereja e amora muito maduras
Frutas secas: Amêndoas
Adocicados: Geléia

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Equilibrada
Textura: Redondo
Adstringência: Tânico
Taninos: Muito agradáveis
Maturidade: Maduro

Observações finais/Impressão geral: Retrogosto médio (15 seg.), ressalta geléia. A idade fez bem para o corte e afinou taninos, equilibrou acidez e deixou o vinho fácil de beber.

Nota Final: 8,8

Feita a avaliação de todos os vinhos degustados, tendo mostrado tudo em detalhes pra vocês, analisando o local e a viagem como um todo não tenho dúvidas… vale a pena fazer o “Gold HK Enoround”.

Minha ressalva é que o Vêneto tem vinhos fantásticos e o bar não explora isso. Talvez por privilegiar um fornecedor (Marchesi de Frescobaldi), mesmo assim – como vou mostrar para vocês mais adiante – todas as regiões italianas privilegiam seus produtos típicos. Em Chianti quando degustei queijo foi o Pecorino e não o Parmesão. Justamente por ser o queijo típico da região.

Em suma… vale, mas se você não for visitar a Toscana ou Piemonte. Se quiser vinhos do Vêneto tem que procurar outro local. Vou fazer isso na próxima vez que visitar Veneza.

E você? Conhece algum local pra degustar vinhos do Vêneto? Onde? Conta pra gente!

“GOLD HK ENOROUND” vale a pena? Parte 1

Em meu último post falei sobre o HK Wine Bar e suas opções de degustação de vinhos. Agora é a hora de falar dos vinhos que degustei por lá. Foram 17 no total e vou falar um pouco sobre cada um deles, dividindo em dois posts para não ficar tão massante. Nesse primeiro tratarei até o nono vinho provado.

Vambora descobrir os sabores do Vêneto, Langhe e Toscana?

Como eu disse no post anterior, depois de um pequeno stress, embora a degustação fosse exclusivamente de vinhos tintos, me deram uma pequena cortesia e por isso…

Comecei com um Prosecco.

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Nome: Santomé
Produtor: Tenuta Santomé
Uva: Glera
Tipo: Prosecco Extra-Seco
Região: Treviso
Teor Alcoólico: 11%

EXAME VISUAL

Cor: Amarelo Palha
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Pérlage: Quantidade razoável, persistência média e diâmetro pequeno
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Maracujá e limão
Florais: Rosas brancas
Herbáceos: Sálvia

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Inexistente
Acidez: Baixa
Textura: Sedoso
Adstringência: Pouco tânico
Agulha: Agradável e fugaz
Maturidade: Pronto

Observações finais/Impressão geral: Retrogosto curto, lembrando limonada. Bem herbáceo e floral, não notei mineralidade. Um espumante bacana, preço bem acessível (EUR 7,00).

Nota Final: 8,5

O segundo foi um Pinot Nero.

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Nome: Castello di Pomino
Produtor: Marchesi de Frescobaldi
Uva: Pinot Nero
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2011
Região: Toscana
Teor Alcoólico: 13,5%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi com reflexos alaranjados
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Ameixa, cereja (frutas vermelhas)
Adocicados: geleia de morango caseira sendo preparada

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Forte
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Baixa
Textura: Redondo
Adstringência: Tânico
Taninos: Finos e Agradáveis
Maturidade: Pronto

Observações finais/Impressão geral: Frutas extremamente maduras. Retrogosto curto, trazendo morango no final de boca.

Nota Final: 8,5

O terceiro foi um Dolcetto D’Alba.

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Nome: Dolcetto D’Alba Tre Vigne
Produtor: Vietti
Uva: Dolcetto D’Alba
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2013
Região: Piemonte
Teor Alcoólico: 13%

EXAME VISUAL

Cor: Violáceo
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Frutas não muito maduras (antes de estarem ao ponto), maçã e morango.
Adocicados: Marmelada

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Forte
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Elevada
Textura: Áspero
Adstringência: Muito Tânico
Taninos: Grosseiros
Maturidade: Jovem

Observações finais/Impressão geral: Ressalta muito o álcool. No aroma as frutas não sobressaem. Falta alguma coisa (talvez amadurecer e afinar taninos  e acidez). Retrogosto curto que lembra morango verde.

Nota Final: 7,0

O quarto foi um Barbera D’Alba.

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Nome: Barbera D’Alba Tre Vigne
Produtor: Vietti
Uva: Barbera
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2013
Região: Piemonte
Teor Alcoólico: 13%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Morango e cereja bem maduros
Adocicados: Geleia e cereja em calda

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Equilibrada
Textura: Pouco Áspero
Adstringência: Tânico
Taninos: Agradáveis
Maturidade: Pronto

Observações finais/Impressão geral: Vinho muito bacana. Impressiona desde o primeiro gole. Retrogosto primitivo e prolongado (30 seg.), trazendo um fundo de geleia.

Nota Final: 8,7

O quinto foi um Supertoscano.

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Nome: Montesodi del Castello di Nipozzano
Produtor: Marchesi de Frescobaldi
Uva: Merlot e Sangiovese
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2012
Região: Toscana
Teor Alcoólico: 14,5%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi com reflexos alaranjados
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Cereja, morango, groselha e jabuticaba
Frutas secas: ameixa preta
Florais: Rosa
Outros: Azeitona

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Equilibrada
Textura: Untuoso
Adstringência: Adequado
Taninos: Finos
Maturidade: Pronto

Observações finais/Impressão geral: Retrogosto bem floral, de persistência média (20 seg.) Não entrega na boca tudo que promete no olfato.

Nota Final: 8,5

O sexto foi outro Supertoscano.

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Nome: La Vite Lucente
Produtor: Tenuta Luce Della Vite
Uva: Cabernet Sauvignon, Merlot e Sangiovese
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2013
Região: Toscana
Teor Alcoólico: 14%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Pitanga, graviola, suco de maçã/suco de pera
Outros: Iogurte

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Levemente elevada
Textura: Redondo
Adstringência: Muito tânico
Taninos: Agradáveis
Maturidade: Pronto

Observações finais/Impressão geral: Pitanga apareceu na primeira cheirada, logo veio fruta do conde/graviola. Pouco depois apareceram os sucos de maçã e pera. Retrogosto traz o suco de maçã de maneira impressionante. Retrogosto duradouro (40 seg.). Entrega tudo que promete.

Nota Final: 8,9

O sétimo foi um Nebbiolo.

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Nome: Nebbiolo Perbacco
Produtor: Vietti
Uva: Nebbiolo
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2012
Região: Barolo
Teor Alcoólico: 14%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi com reflexos alaranjados
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Maçã e pera

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Baixa
Textura: Redondo
Adstringência: Tânico
Taninos: Finos
Maturidade: Pronto

Observações finais/Impressão geral: Retrogosto médio (20 seg.) trazendo suco de maçã. Decepcionou um pouco, pois é feito com a mesma uva do Barolo, mas por ser mais simples perde toda complexidade. No fundo eu esperava um pouco mais desse vinho, mas assim mesmo é de excelente qualidade.

Nota Final: 8,5

O oitavo foi um Raboso.

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Nome: Raboso Parcel #912
Produtor: Tenuta Santomé
Uva: Raboso Piave
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2008
Região: Vêneto
Teor Alcoólico: 15%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi com reflexos alaranjados
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Melancia, ameixa e cassis
Frutas secas: Castanhas
Herbáceos: Funcho
Especiarias: Pimentão
Animal: Couro
Empireumáticos: Café/cacau torrado
Adocicados: Baunilha

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Forte
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Pouco elevada
Textura: Redondo
Adstringência: Muito Tânico
Taninos: Agradáveis
Maturidade: Maduro

Observações finais/Impressão geral: Retrogosto médio (20 seg.) que ressalta baunilha. Acidez pouco elevada, mas não prejudica a experiência com o vinho.

Nota Final: 8,3

O nono foi mais um tinto da Toscana.

mormoreto_2011_bottiglia_200_728Nome: Mormoreto
Produtor: Marchesi de Frescobaldi
Uva: Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot
Tipo: Tinto Seco
Safra: 2011
Região: Toscana
Teor Alcoólico: 14,5%

EXAME VISUAL

Cor: Rubi
Limpidez: Alta
Transparência: Alta
Brilho: Intenso

EXAME OLFATIVO

Frutas frescas: Morango, ameixa e cereja bem maduras
Frutas secas: ameixa preta
Adocicados: Baunilha e doce de leite cremoso
Empireumáticos: Café e caramelo

EXAME GUSTATIVO

Corpo: Encorpado
Álcool: Equilibrado
Açúcar: Seco
Amargor: Ausente
Acidez: Equilibrada
Textura: Sedoso
Adstringência: Muito tânico
Taninos: Muito agradáveis
Maturidade: Pronto

Observações finais/Impressão geral: Entra na boca parecendo doce de leite/caramelo. Ressalta um pouco do adocicado da uva. Retrogosto médio (20 seg.) deixando um fundo de bala de caramelo (toffee).

Nota Final: 8,7

Esses foram os primeiros vinhos degustados. Na sequência trago os outros. E você já provou algum desses? Conhece as uvas, vinícolas ou tem alguma novidade pra nos contar? Deixe seu recado.

 

Degustando vinhos em Veneza

Muito pensei na forma de organizar os posts sobre minha andança pela Itália e resolvi que a melhor forma é fazer em ordem cronológica mesmo. Começar escrevendo pelo primeiro lugar visitado e acabar falando sobre o último. Simples assim. Acho que assim fica mais fácil fazê-los sentir um pouco do cheiro e gosto da Itália que eu pude provar. Partiu?!

A viagem começou em Veneza e terminou em Milão. Passei por: Bolonha, Florença, Pisa e Lucca, Greve in Chianti, Siena, Montalcino, Montepulciano, Gênova, Turim e Barolo. Bebendo vinho, comendo bem (de vez em quando, pois a grana é curta) e passeando sempre. Acordei de madrugada, carreguei malas pesadas e cheias de vinho, torci o pé em Bolonha e me incomodei a viagem toda com a dor (cancelei visitas em vinícolas por conta disso), avistei paisagens exuberantes, provei muita comida nova e, por fim, ganhei muito conhecimento sobre vinho em geral. Valeu muito a pena e vou repassar o possível aqui para vocês.

Começando…

A minha visita a Veneza foi marcada por muitas peculiaridades. Primeiro a névoa que encobriu a cidade e não me deixou desfrutar muito da arquitetura local. Segundo a garoa que atrapalhou um pouco os passeios. E terceiro o tempo escasso que fiquei lá (2 dias).

Embora o tempo fosse curto, pude conhecer um lugar bacana pela proposta, mas que pecou (e muito) pelo atendimento. Estou falando do HK Wine Bar.

Pesquisei e em Veneza existem apenas dois bares que fazem degustação de vinhos. Escolhi esse aqui e no início me arrependi, mas depois os problemas foram superados.

Fiz a reserva pelo site com a Sabrina e deixei tudo acertado para iniciar a degustação dia 23/12 às 12 horas. Fui até o bar e a atendente exigiu um voucher. Em momento algum da conversa com a Sabrina ela falou em voucher, apenas disse que a reserva estava feita e que bastava me apresentar no balcão do bar. A atendente sequer disponibilizou a senha do wi-fi para eu mostrar o e-mail.

Tive que sair do bar, buscar um wi-fi, abrir o e-mail e mostrar na recepção do Hotel All’Angelo (o bar fica anexo ao hotel). A gerente do hotel ligou para a Sabrina, recebeu a confirmação e só então liberaram a minha degustação (?????). #ficaadica leve o e-mail impresso.

Enfim… problema resolvido. Vamos degustar!

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No HK Wine Bar estreando as fichas de degustação personalizadas do nosso blog

A minha escolha de degustação foi essa abaixo:

“Tasting “GOLD HK ENOROUND”  € 60,00 per person

16 different doc wines by the Enoround wine List – Azienda Marchesi de Frescobaldi chosen with a personal HK Wine Card (value 60 Euro)
and
Assorted Appetizer Venetian Style:

Canapes with Purèe of Dried Cod – Canapés with Apulian Dried Tomatoes and Achovie –  Quiche with Vegetables – Meatballs Venetian Style  –  Rice Croquettes – Parmesan Cheese – Home-made bread with “Sopressa Trevisana”  – Boiled Salama with Polenta”

Eles têm opções diferentes e mais em conta:

“Tasting “RED HK” 25,00 per person
1 Prosecco: Prosecco Bollicine Rosè VSQ Serafini e Vidotto -Veneto
2 Red wine : Lucente 2008 Marchesi de Frescobaldi – Toscana
Raboso – Tenuta Santomè – Veneto
1 White wine : Friulano del Collio (tocai ) Az. Doro Princic – Masut – Friuli
Assorted appetizer Venetian Style:
Canapes with Purèe of Dried Cod – Quiche with Vegetables – Meatballs venetian style – Parmesan Cheese – Home-made bread with “Sopressa Trevisana”
Tasting “SILVER HK” 40,00 per person

1
Prosecco: Prosecco Spumante Extradry Valdobiadene docg Biancavigna -Veneto
2 Red wine : Lucente 2008 docg Marchesi de Frescobaldi – Toscana
Refosco dal Peduncolo Rosso Az. Agricola Guerra – Friuli
1 White wine : Manna Bianco doc Franz Haas – Trentino
1 Dessert wine : Moscato D’Asti Surgal doc – Az. Agricola Perrone – Piemonte

A
ssorted Appetizer Venetian Style :
Canapes with Purèe of Dried Cod –Quiche with Vegetables – Meatballs Venetian Style
Parmesan Cheese – Canapés with Apulian Dried Tomatoes and Achovie
Home-made bread with “Sopressa Trevisana”
Home made assorted Venetian Biscuits”.

Então vamos falar do lugar. Pequeno, acolhedor, simpático, moderno, aconchegante, bem decorado e, para degustação ou consumo, utilizam o sistema Enomatic (uma máquina que funciona com um cartão com créditos para consumir os vinhos que ela armazena. O bacana é que ela injeta gás carbônico na garrafa e impede a entrada de oxigênio, garantindo que o vinho seja conservado intacto por muito mais tempo. Acesse o link e descubra um pouco mais sobre essa maravilha do mundo moderno.)

A comida é excelente. Comi coisas maravilhosas, combinações fantásticas. O local só peca por não harmonizar comida e vinho. Servem todos os aperitivos de uma só vez. Poderiam fazer ao menos uma seleção deles para cada conjunto de três vinhos.

Vá no feeling que funciona. Ao menos comigo funcionou.

Quanto aos vinhos… pelo estresse inicial ganhei uma taça de cortesia (ponto positivo). Iniciei com um Prosecco e finalizei com um corte 88% Merlot e 12% Sangiovese. A sequência é definida por eles e a atendente seguiu a mesma ordem das garrafas disponíveis na Enomatic e disse que elas tinham sido colocadas assim pensando nessa degustação. Os vinhos eram servidos em conjuntos de três em três, tentando combina-los por características semelhantes. Fiz anotações de todos e o lugar ficará marcado em minha memória para sempre. Foi ali que provei meu primeiro Barolo.

Eles disponibilizam um livro com todos os vinhos servidos no local. Claro que alguns estão com as safras desatualizadas, mas vale a pena a consulta. Se não te oferecerem o livro pode pedir que eles trazem sem problemas.

Foram 17 vinhos ao todo. Levei 3 horas para degustar e tenho muita coisa boa pra contar sobre os vinhos. O ponta-pé inicial foi bacana. No próximo post falarei sobre os vinhos que degustei e sobre a meta que me impus.

E aí… vai pra Veneza? Conhece outro lugar bacana, com bons vinhos e boa comida por lá? Compartilhe com a gente.

Uma viagem pra adquirir bagagem

Roteiro fechado; hotéis, hostels, B&B (bad and breakfast) reservados; passagens de avião, trem e ônibus compradas; as reservas em vinícolas, enotecas e dicas de onde comer bem e beber bons vinhos pagando pouco já estão em mãos; agora só me resta aquele friozinho na barriga e fazer tudo sair melhor que o planejado.

O destino? Velha bota! Mais especificamente o norte dela. Na parte de cima da canela. Veneza, Bolonha, Florença, Siena, Turim, Milão… Barolo, Greve in Chianti, Montalcino e Montepulciano. Haja vinho! Haja gás!

Serão 18 dias de correria, frio, estresse, dormir pouco, cansar muito, mas… de aprendizado, degustação de tudo que tiver direito (vinho, azeite, chocolate, trufa, café), boa comida, novas amizades, experiências espetaculares, novos sabores, novos aromas, novas ideias, oxigênio pro cérebro funcionar melhor e pensar em coisas novas para os projetos velhos… enfim, tempo de refletir, curtir, aprender e vir mais pronto ainda para ensinar.

Estou terminando meu check-list de viagem. A mala já está quase fechada. O objetivo já está traçado. Passaporte, câmeras, carregadores, cartões de memória, adaptadores de tomada, passagens e o mais importante… o friozinho na barriga.

Conto tudo na volta, mas não se preocupe. Preparei materiais para esse período de ausência.

Fui!

Aniversário na vinícola

Esses dias nós (eu e o Pilati) estávamos falando de visitas, viagens e coisas legais que a gente encontra por aí. No meio da conversa, uma pergunta, em tom de afirmação,  surgiu unânime: “e não é que Curitiba tem vinho bom?”

Para você que é cético, andou lendo um monte e caiu no blog agora, vai começar pensando: – Loucura tentar produzir nesse clima de Curitiba! Pois vamos lá. Deixa eu contar do meu último aniversário.

Eu estava lendo uma revista de gastronomia aqui do Paraná e apareceu lá que a “Vinícola Araucária tinha uma proposta diferenciada, provando que vinho fino pode ser produzido em Curitiba”. Corrigindo, São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Cidade linda, cheia de propriedades e sede do nosso Aeroporto Internacional Afonso Pena.

Pois bem…pensei comigo: a gente podia visitar com a família e os amigos – de preferência no meu aniversário (presentes garantidos). E comecei a organizar.

Fomos em um domingo (nem abria nesse dia, mas como iam fazer a vindima da Cabernet Franc, fizeram essa exceção). Acabou que somente a gente e os funcionários trabalhando estavam lá… e foi fantástico. O lugar é incrível, a gente de lá é incrível e o vinho produzido ali foi uma total surpresa!

Começa que se produz espumante pelo método tradicional (relaxa que vamos fazer posts especiais sobre os vinhos deles e vamos explicar todos os detalhes!), o que já deixou a gente super empolgado, além do fato de que esse espumate se chama Poty, em homenagem ao nosso querido artista plástico paranaense Poty Lazaroto. Só isso já é motivo para conhecer o lugar….mas tem muito mais.

Lembra que eu falei do clima? Os proprietários fizeram um estudo completo de condições climáticas, terroir, características da região e encontraram ali um microclima muito parecido com o da Serra Gaúcha. E ainda monitoram tudo com uma estação meteorológica própria (pequena, mas é deles!). O negócio todo é muito bacana e organizado.

O vinhedo é muito lindo, respeitando e aproveitando o melhor da topografia. E dá para ver como foi tudo trabalhado para obter o melhor desse espaço.

A sede da vinícola é compacta, bem construída e bem charmosa. Na sala de fermentação um baita painel do Poty Lazaroto e muita tecnologia. Esse momento a visita técnica fica muito mais interessante, porque dá para ver que ali tem gente fazendo vinho com respeito e amor.

O final…o que eu posso dizer: era hora de provar! Mas isso é para o outro post…

 

Se você está na região, é um passeio fácil, bem gostoso e a propriedade tem tudo o que você precisa para curtir bem uma degustação de vinho. Para nós curitibanos é especial, é Vinho da Casa.